quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Polícia apreende R$ 84 milhões em drogas


Uma carga de cocaína avaliada em 21 milhões de dólares (ou R$ 84 milhões) foi apreendida ontem à tarde, no Terminal de Carga Aérea do Aeroporto Internacional de Belém. Aproximadamente 60 quilos do entorpecente estavam distribuídos no interior de seis cilindros de aço e tinham a Austrália como destino. Dois homens - um amazonense e um colombiano - foram presos, apontados como as pessoas que contrataram uma empresa para fazer o envio do material. Os cilindros de aço faziam parte de um equipamento de panificação conhecido como “masseira”. Cada uma das masseiras tinha dois cilindros, que foram preenchidos com cocaína compactada.
Uma empresa de “trading” especializada em fazer envio de encomendas para o exterior foi contratada pelos dois acusados para despachar três masseiras para a Austrália. As caixas com os equipamentos de panificação foram levadas até o Terminal de Carga Aérea do aeroporto por volta das 14 horas. O auditor fiscal da Receita Federal Iranilson Brasil teve várias desconfianças com relação à mercadoria.
As máquinas são fabricadas por uma empresa no Rio Grande do Sul, portanto não teria motivo para primeiro ter vindo para o Pará e daqui enviada para a Austrália. Como um dos donos da carga é amazonense, também não fazia sentido que tivesse vindo do Amazonas para despacho em Belém, quando seria mais fácil enviar direto de Manaus, via Panamá, para a Austrália. O recebimento seria na Austrália, o que também levantou suspeitas, pois era improvável que a pessoa tivesse comprado as máquinas aqui no Brasil e não na China, por exemplo, onde o preço é bem mais baixo.
Além disso, o peso declarado das masseiras não condizia com o peso real. Cada máquina deveria pesar no máximo 41 quilos, mas na verdade estavam pesando cerca de 64 quilos cada. O auditor fiscal entrou em contato com o fabricante das masseiras, que garantiu que em nenhuma hipótese o equipamento pesaria 64 quilos. Iranilson então questionou o funcionário da empresa de “trading” sobre quem contratou o serviço e soube que se tratava de um amazonense e um colombiano.
Desconfiado de que havia algo suspeito nas máquinas, o auditor fiscal usou uma broca para perfurar um dos cilindros. A broca saiu repleta de um pó branco, que após o teste deu positivo para cocaína. Os seis cilindros foram retirados das masseiras e cada um tinha aproximadamente dez quilos da droga, totalizando 60 quilos. De acordo com Iranilson, cada quilo é transformado em cinco quilos, após processamento do entorpecente, o que totaliza 300 quilos de cocaína. E, na Austrália, cada quilo é vendido por aproximadamente US$ 70 mil, o que resulta em um valor de US$ 21 milhões.
Iranilson afirmou que o trabalho para esconder a droga foi muito bem feito. “Estava tudo quase perfeito, nem no equipamento de raio-x deu pra ver. Nem um cachorro treinado conseguiria farejar, justamente por causa do aço que envolvia o entorpecente. Neste caso foi preciso um cuidado detalhado para descobrir que algo estava errado com aquela mercadoria”, explicou. Segundo ele, o responsável pela empresa de “trading” não era suspeito. “Eles trabalham com isso, são contratados para resolver toda a logística de envio para o exterior. Então acredito que a empresa não sabia que a carga transportava droga”, afirmou.
Após comprovar que se tratava de cocaína, o auditor fiscal entrou em contato com a Polícia Federal (PF), para elaboração de um plano. “A ideia era prender os donos da carga e sabíamos que eles se encontrariam com a pessoa que veio fazer o despacho das máquinas. Então nós dissemos ao funcionário da empresa de “trading” que estava tudo certo, que a carga seria enviada para a Austrália. Quando ele saiu do terminal de cargas e chegou ao estacionamento, o amazonense e o colombiano estavam no local. A Polícia Federal então deu voz de prisão à dupla”, disse.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados, para não atrapalhar as investigações. Eles seriam autuados pelo crime de tráfico internacional de drogas. A suspeita das autoridades é que a dupla tenha vindo de Manaus de barco, trazendo as masseiras, para despacho na capital paraense. (Pararijos NEWS)

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