quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Escola de Samba de São Paulo mostra as riquezas da Belém dos 400 anos


ROBERTO BARBOSA
Da Redação
OGrêmio Recreativo Cultural Escola de Samba X-9, da Parada Inglesa, zona norte de São Paulo, vai levar a história de Belém, a capital paraense, por meio da lenda do açaí à avenida. Será a última escola a desfilar na madrugada de sábado para domingo, 6 e 7 de fevereiro, no Carnaval paulista. Como será o final do desfile, o carnavalesco da escola, André Machado, pede que as pessoas se concentrem bem, pois também vão conhecer, de perto e de uma forma bem real, o Círio de Nazaré. Ele, inclusive, vai segurando a corda. “Queremos mostrar toda essa força de fé e a relação da cultura, da religião, da tradição e do cardápio de Belém com o açaí nesses 400 anos de história”, explica o carnavalesco.
Com o tema “Açaí guardiã do amor de Iaçá ao esplendor de Belém do Pará”, a X-9 vai mostrar toda a lenda do açaí. Inclusive, uma baiana feita com vime estará na comissão de frente, com os brincantes vestidos a caráter como os índios tupinambá para retratar toda essa magia da cultura do Pará e da capital que completa 400 anos de história com a chegada dos portugueses chefiados por Francisco Castelo Branco.
Segundo o carnavalesco André Machado, será uma apresentação teatral, bem divertida, em que ele pretende mostrar toda a história do Estado do Pará, assim como, a relação do seu povo com o açaí e com as crenças disseminadas pela cultura indígena.
Na segunda parte do desfile, a ala irá mostrar a chegada dos portugueses e a criação do Forte do Presépio para dar segurança às riquezas da coroa portuguesa, ameaçada pela invasão de corsários. Hoje, essa área, que é conhecida como bairro da Cidade Velha e onde está o centro histórico da capital paraense, é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.
André Machado diz que pesquisou bastante a cultura do Pará e a história de Belém do Pará para não deixar nada do lado de fora. Deste modo, na terceira ala, a X-9 mostrará o Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina que funciona no entorno de dois mercados tradicionais, construídos na fase áurea da borracha, quando Belém viveu momentos de grande riqueza e desenvolvimento, bem como, a Belle Époque em que sonhava ser a Paris n’América. Também mostrará a feira do açaí, o grande entreposto de chegada dos frutos do Pará, especialmente o açaí, tão apreciado e consumido pelo povo paraense e que hoje é produto de exportação, gerando riquezas, emprego e renda para a população, aí incluídos os ribeirinhos e os apanhadores de açaí que vivem nas ilhas do entorno de Belém, bem como, da região do arquipélago do Marajó, onde é grande a produção do fruto que está conquistando cada vez mais a população brasileira, especialmente do eixo Sul e Sudeste.
Por fim, a quarta ala apresentará de forma bem real, mas com muito samba, fé, religiosidade e magia, o Círio de Nazaré, com direito a corda e berlinda, além da imensa maresia de romeiros que acompanham a pequena imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas de Belém, o que acontece no segundo domingo de outubro, num percurso de pouco mais de quatro quilômetros compreendidos entre a Catedral Metropolitana da Sé e a Basílica Santuário, onde a imagem original foi encontrada pelo caboclo Plácido, nos anos de 1700. Para tal, Machado recomenda que as pessoas tenham bastante atenção, pois ninguém tem pressa e é o fim do desfile com as bênçãos da mãe de Deus.
Samba-enredo
Açaí guardiã do amor de Iaçã ao esplendor de Belém do Pará
Ecoou... O rufar do meu tambor
“Do amor de Iaça ao esplendor de Belém do Pará”
Lugar de rara beleza
Encantos da mãe natureza
Onde a velha sábia revelou
O sacrifício que a tribo suplantou
Índia tão bela, sua lágrima o fruto fez brotar
Do solo sagrado brasileiro
Correu o mundo e tem história pra contar
O povo Tupinambá foi o primeiro a provar
E fez a festa na aldeia
É canto e devoção, somos todos irmãos
Sangue cabano tá na veia
Às margens do rio, mercado popular
Destaque na cor e no seu paladar
Dela tudo se aproveita, árvore sagrada
Culto de mina-nagô
Ôôô, saúde e bem estar
Ôôô, pra revitalizar
Na procissão de fé do Círio de
Nazaré
Hoje clamo em oração
Oh! Virgem santa, abençoai meu pavilhão
São quatrocentos anos guardados no coração
X-9 é amor verdadeiro
Sempre em primeiro lugar
A “energia” do meu samba vem aí
Tá na boca o sabor do açaí
(Pararijos NEWS)

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