segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Açaí terá aumento de 360 mil toneladas


A produção do açaí vai aumentar em 360 mil toneladas anuais nos próximos oito anos, com a expansão em um terço da área atualmente cultivada, conforme planejamento elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) a partir do Programa Pró-Açaí, que será lançado hoje, em Belém. Hoje, o Pará é o maior produtor nacional de açaí, com 154 mil hectares de área plantada e manejada em 12,8 mil propriedades rurais distribuídas em todo o estado, com produção anual de um milhão de toneladas de frutos. A partir do Pró-Açaí, a Sedap vai expandir em 50 mil hectares a área cultivada com fruto no período de 2016 a 2020, gerando um ganho de 36% na produção até 2024, quando todas as novas áreas cultivadas estarão produzindo de forma plena.
O programa Pró-Açaí foi elaborado pela Sedap, em parceria com a Embrapa, Ideflor-Bio e Emater. A meta do projeto é implantar 10 mil hectares de açaizeiros nas regiões de terra firme, na forma de cultivo solteiro ou em Sistemas Agro-Florestais (SAFs). A proposta, em terra firme, é aproveitar apenas as áreas já abertas pela ação humana - como pastagens abandonadas - e envolver mil produtores rurais, de pequeno, médio e grande porte, utilizando, entre outras tecnologias, a irrigação. Já nas áreas de várzea, onde se concentra atualmente a maior parte da produção paraense, a meta do Pró-Açaí até 2020 é ampliar as técnicas de manejo e de enriquecimento em 40 mil hectares de açaizais envolvendo 10 mil produtores familiares das regiões do Marajó e Baixo Tocantins.
No ano retrasado, apenas as vendas externas do produto injetaram mais de R$ 225 milhões na economia estadual. A demanda continua crescente e a produção local não consegue atender de forma satisfatória ao aumento da procura pelo fruto, o que culmina, entre outros fatores, na carestia preço. "Um dos pontos importantes do programa é a incorporação de tecnologia ao processo. Nas áreas de terra firme, por exemplo, a ideia é triplicar a produtividade com o uso de irrigação, passando das atuais quatro toneladas de frutos por hectare, em média, para uma média de 12 toneladas de frutos colhidos por hectare", explica o diretor de Agricultura Familiar da Sedap, Luiz Pinto.
Outro aspecto observado pela Sedap para implantação do programa é a expansão da cadeia produtiva, que trará ganhos sociais com a criação de mais três mil empregos diretos e 12 mil indiretos em área de terra firme e de cinco mil ocupações produtivas diretas e de outras 20 mil ao longo da cadeia, nas áreas de várzea. O ganho social é, na opinião do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes, o principal trunfo do programa. "A cadeia do açaí permite uma rápida incorporação de renda para os produtores familiares. É nítida a ascensão social das comunidades, especialmente as ribeirinhas, onde há extração e manejo de açaí em função do aumento da demanda pelo fruto", avalia o titular da Sedap.
O secretário explica ainda que, além da geração de emprego e renda, o programa visa promover o manejo e o enriquecimento dos açaizais de várzea, estimular o desenvolvimento sustentável das regiões produtoras, e expandir o cultivo do açaizeiro em Sistemas Agro-Florestais (SAF), com foco na recuperação de áreas degradadas em terra firme. (Pararijos NEWS)

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