domingo, 22 de novembro de 2015

Maranhão desbanca o Pará no embarque de bois

Maranhão desbanca o Pará no embarque de bois  (Foto: Fernando Araújo)
Área do píer do porto de Vila do Conde, em Barcarena, onde afundou o navio Haidar: grande força da economia do Pará aguarda decisão da Semas (Foto: Fernando Araújo)
Neste fim de semana, o porto maranhense de Itaqui começou a realizar, com a autorização do Ministério da Agricultura, os embarques para exportação de bois vivos que antes aconteciam no porto paraense de Vila do Conde, em Barcarena.
Desde o dia 6 de outubro, as exportações de bois vivos nos píeres paraenses estão suspensas, por causa do acidente com o navio Haidar, que afundou com 5 mil cabeças de gado, que seriam exportadas à Venezuela (veja box ao lado).
O embargo do porto de Barcarena para embarques de bois vivos para exportação deve prosseguir até que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) decida pela liberação do porto, após análise de documentação apresentada pela Companhia Docas do Pará (CDP) sobre o acidente. Porém, o representante do Ministério da Agricultura (MA) no Pará, o superintendente federal de Agricultura Josenir Nascimento, expressou, na última sexta-feira, em entrevista ao DIÁRIO, apreensão com a demora da liberação do porto de Vila do Conde. Segundo Nascimento, o imbróglio se agravou após a Semas ter feito, recentemente, novo pedido de documentação à CDP para tratar do caso.
DIFICULDADE
Logo após o acidente, o superintendente de Agricultura no Pará esteve com o secretário da Semas, Luiz Fernandes Rocha. “Ele disse que, se a CDP entregasse os documentos necessários, a secretaria analisaria o mais rápido possível para liberar as exportações”, conta Nascimento. Não foi bem o que aconteceu. Após o pedido da Semas, o presidente da CDP, Parsifal Pontes, entregou a documentação à Secretaria, mas o processo não evoluiu. “Não vejo qual a dificuldade. Não quero fazer juízo de valor, mas fico a pensar: ‘Por que o Maranhão conseguiu resolver isso com tanta rapidez e o Pará não consegue? Precisamos de uma decisão”, indaga Nascimento.
Para o porto de Vila do Conde voltar a funcionar para o transporte de animais vivos, é necessário a Licença de Operação (LO) da Semas. A Marinha do Brasil, que proibiu os acostamentos no local do acidente, deve liberar o acostamento no pier esta semana. Porém, o embarque de animais vivos seguirá suspenso porque precisa da LO, documento que só o Governo do Estado pode emitir. “O Pará tem uma das melhores condições de embarque de animais vivos do mundo”, afirma Nascimento. “Corremos o risco de perder esse papel, se não resolvermos logo essa situação”.
Anteontem, o Ministério da Agricultura, responsável pelo trânsito desses animais, visitou a área de fazenda da Minerva, onde estão 5 mil bois dos 15 mil da empresa que estão ilhados desde o acidente em Barcarena. Os bois que estavam em Igarapé-Miri, numa estação de pré-embarque, já foram autorizados pelo MA a seguir para o porto de Itaqui (MA). “Com isso, esta semana o Estado do Maranhão começa a tomar essa referência de embarque de bois vivos, que era do Pará. Essa é a nossa preocupação”, destaca o superintendente de Agricultura.
(Diário do Pará/Pararijos NEWS)

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