terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vans levam caos ao Guamá


A circulação de vans em situação precária de trafegabilidade preocupa moradores da avenida José Bonifácio com a rua Barão do Igarapé-Miri, no Guamá. Por volta de 9h30 de ontem, no local, a reportagem constatou vans com pneus carecas, descarga solta, bancos velhos e cobradores com portas abertas para chamar passageiros. Pedestres disseram que é comum as vans acessarem a avenida na contramão, provocando acidentes. Outra reclamação é que este tipo de transporte alternativo para em qualquer ponto da avenida para buscar passageiros, o que prejudica o fluxo do trânsito. A situação piora devido à ausência de fiscalização dos veículos, cuja regulamentação está pendente na Câmara dos Vereadores, por agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).
Há 39 dos seus 40 anos, a trabalhadora informal Maria do Carmo Quaresma mora no Guamá. Ela observou que a circulação de vans em péssimo estado é rotina nas ruas do bairro. “Tem toda hora; com porta aberta para pegar passageiro que ainda está longe. Param em qualquer lugar e já vi muitos acidentes por causa disso. Tem até assaltos nessas vans. Se tivesse fiscalização, não teria mais esses problemas”, criticou.
A atendente Joice Ferreira, de uma loja de fotocópias localizada na avenida José Bonifácio, contou que pegou uma van desse tipo algumas vezes para entregar serviços do estabelecimento, mas não recomenda, por falta de segurança. “Às vezes, elas avançam sinal fechado. Muitas vezes, o motorista não tem respeito pelo trânsito. Andam de portas abertas também. É um risco para as pessoas”, disse, ao comentar que a passagem mais barata do que o valor cobrado nos ônibus estimula as pessoas a usarem o transporte alternativo. “Na região do Guamá, não tem fiscalização da Semob. Você precisa ver a velocidade que essas vans andam. Elas fazem e acontecem”, completou.
Na esquina da José Bonifácio com a Barão, o vendedor de caldo-de-cana, Geraldo da Silva, tem a sua barraca de comércio e, pela localização, afirmou que a ausência de agentes de trânsito permite a circulação das vans em situação precária. “Van aqui é sempre complicada. Não respeitam o trânsito nem nada. Sempre tem acidente por aqui. As pessoas se arriscam pelo preço e rapidez”, relatou. É o caso da vendedora Ivone Tavares, que aguardou, na faixa de pedestre, a chegada de uma van com destino ao bairro do Jurunas. “Se fosse daqui para lá, teria que pagar ônibus e mototáxi. De van pago R$ 2,50 e chego lá mais rápido”, justificou. Sobre as condições desses veículos, ela adimitiu que são inseguras. “Tem vans que realmente andam de porta aberta, mas não tem fiscalização para mudar isso”, acrescentou.
A jornaleira Ana Cristina Machado reforçou que, há dias, não vê agentes de trânsito na avenida José Bonifácio, uma das mais movimentadas do Guamá. Ela frisou que é contra as vans “irregulares”. “Elas não respeitam a população, pegam a contramão, andam em alta velocidade. São um risco à população, sem dúvida. Falta é fiscalizar mesmo”, opinou, ao apontar para as esquinas do entorno sem agentes da Semob.
A Prefeitura de Belém, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém, informa que enviou à Câmara de Belém um projeto para regulamentar o transporte alternativo em van e micro-ônibus, como o que já ocorreu com os mototáxis, no intuito de definir as regras de fiscalização do serviço. Inicialmente o projeto não foi aprovado e as vans e micro-ônibus continuam sendo fiscalizadas pela Semob apenas  do ponto de vista de trânsito, com penalidades previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro. Quaisquer outras denúncias devem ser encaminhadas aos órgãos de segurança pública. Na área do Guamá, a Semob garate que as rondas são feitas diariamente com oito agentes e todo veículo flagrado cometendo irregularidades é autuado.
(Pararijos NEWS)

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