sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ministros apresentam desafios para segundo mandato

Os ministros, novos e reconduzidos, apresentaram durante a posse da presidente Dilma Rousseff os principais desafios de suas pastas. Eles também falaram sobre a dificuldade de trabalhar com o cenário econômico em que há possibilidade de redução de orçamento. 
MUDANÇAS TRABALHISTAS
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, que segue à frente da pasta no segundo mandato de Dilma, disse que vai se reunir com as centrais sindicais para tratar das medidas provisórias que mudam as regras para pensões por morte e concessão do seguro-desemprego. 
Dias ressaltou que a manutenção dos direitos dos trabalhadores é um dos pilares do governo e que eles não serão prejudicados. 
No último dia 30, o Executivo editou duas medidas provisórias (664 e 665) que atingem principalmente a concessão da pensão por morte e o seguro-desemprego. A expectativa é que as medidas gerem uma economia de R$ 18 bilhões em 2015. 
A partir de março, a pensão por morte só será concedida ao cônjuge que comprove no mínimo dois anos de casamento e seu valor será de 50% do benefício do segurado que morreu. No caso do seguro-desemprego, o trabalhador demitido terá que comprovar 18 meses de carteira assinada para receber o benefício contra seis meses da regra atual. Na segunda solicitação, a carência cai para 12 meses. 
AGRICULTURA
A nova ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), afirmou que pretende ampliar a classe média rural, melhorando a renda dos produtores que hoje estão nas classes D e E. Em relação às críticas do PT à sua nomeação pela presidente Dilma Rousseff, ela disse que não se sentiu ofendida. “Nem Jesus Cristo é unanimidade”, afirmou. 
Kátia Abreu disse ainda que sua pasta buscará acelerar as atividades agropecuárias como autorização de importações, de abertura de frigoríficos e registro de agrotóxicos, por exemplo. "O fato de ter uma burocracia com lentidão, não significa que o cuidado é redobrado. Absolutamente. Nós queremos mais agilidade, com eficiência e qualidade", afirmou. 
SAÚDE
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o programa Mais Especialidades – uma das promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff - ainda não tem data para ser implementado. O primeiro semestre desse ano, segundo Chioro, deve ser de planejamento e pactuação com estados e municípios. “O programa vai ter uma gradualidade, escolhendo especialidades mais críticas para a população.”
ENERGIA
O senador Eduardo Braga (PMDB), que toma posse hoje como ministro de Minas e Energia, disse que formará um grupo de trabalho, nos primeiros três meses de gestão, para buscar um equilíbrio para a formação dos preços de energia. 
Em relação ao aumento nas contas de luz previsto para este mês, Braga destacou que o País tem passado por um problema climático grave, com perda de água nos reservatórios, o que obrigou o uso de termelétricas para manter o fornecimento, com custo maior.
"O maior desafio da pasta é que nós consigamos manter um sistema elétrico robusto, confiável e, ao mesmo tempo, econômico", afirmou Braga. Segundo ele, o sistema brasileiro "é o mais seguro, mas não o mais barato".
CULTURA
O futuro ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou que pretende recuperar programas do ministério que foram secundarizados, como o “Pontos de Cultura”, que estimula, por meio de convênios, iniciativas culturais da sociedade civil. “São manifestações tradicionais, clubes de cinema. É uma experiência importantíssima a ser recuperada, que inclusive foi exportada para muitos países”, disse o ministro.
Alguns ministros não quiseram conversar com a imprensa, como o ministro chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante. “Hoje é dia de a presidente falar e eu de ouvir”, afirmou. O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, só comentou sobre a beleza da cerimônia e disse que daria entrevista apenas a partir de segunda-feira (5) quando tomará posse.
(Agência Câmara)

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