quinta-feira, 13 de novembro de 2014

“Carimbó dá Sorte” está suspenso pela justiça federal

A Polícia Federal (PF) desencadeou ontem a operação Trevo, que investiga um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro em 13 estados. De acordo com a PF, o esquema movimentou aproximadamente R$ 1 bilhão com loterias, jogo do bicho, caça-níqueis e títulos de capitalização. A organização operava usando loterias estaduais e os valores arrecadados eram repassados para entidades filantrópicas de fachada, permitindo, assim, que o dinheiro retornasse ao grupo.
Aproximadamente 300 policiais cumpriram 12 mandados de prisão temporária, 24 mandados de prisão preventiva, 57 mandados de busca e apreensão, 47 mandados de sequestro de valores e de bens em Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande de Sul.
Pará - O sorteio do “Carimbó dá Sorte” está suspenso pela justiça federal. Após investigação na sede da empresa, em Pernambuco, a PF identificou indícios de lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e formação de quadrilha. Em Belém, na manhã de ontem, a Polícia Federal do Pará cumpriu dois mandados de prisão e três de busca e apreensão.
Durante coletiva de imprensa, na manhã de ontem, na sede da Polícia Federal do Pará, o delegado Ualame Machado explicou que a operação Trevo foi organizada pela sede de Pernambuco, onde fica a empresa matriz que gerencia o “Carimbó dá Sorte” e demais empresas espalhadas por 12 estados. No Pará, a principal irregularidade identificada pela polícia foi a comercialização de bilhetes lotéricos travestidos de títulos de capitalização.
“No título de capitalização, caso o comprador não seja sorteado, ao final, ele deve ser reembolsado do valor que investiu. No caso dessa empresa, eles colocavam atrás do bilhete que o valor era doado para uma empresa filantrópica de preservação da floresta amazônica. Mas as investigações identificaram que apenas 3% do valor eram repassados, os 97% restantes ficavam com os próprios donos”, explicou o delegado. Em outros estados, a PF constatou outros crimes praticados pelas filiais, que investiam em jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.
Gerentes do “Carimbó dá Sorte” são presos
Durante a operação no Pará, a Polícia Federal (PF) fez o cumprimento dos mandados de prisão temporária de Mário Carvalho de Souza, de 38 anos, e Claudio Henrique de Albuquerque, de 35, que são pernambucanos, mas gerenciam a empresa “Carimbó dá Sorte” na capital paraense. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da empresa, na avenida Tamandaré, e na casa dos dois gerentes, no bairro do Marco, em Belém. Vários documentos e computadores foram apreendidos. Os dois gerentes prestaram esclarecimentos à PF do Pará durante a manhã.
Na sede da empresa, nenhum funcionário quis falar sobre o caso com a imprensa. Durante os trabalhos dos policiais federais no local, a empresa particular que faz o serviço de segurança foi acionada. Um advogado da empresa também esteve presente, mas saiu sem falar com a imprensa.
Em 2010, a Polícia Federal do Pará, em conjunto com o Grupo Especial de Repressão e Combate às Organizações Criminosas (Geproc), do Ministério Público Federal, já havia investigado a empresa “Carimbó dá Sorte” e suspendido o funcionamento dela. Na época, foi comprovado que ela funcionava sem autorização.

(Pararijos NEWS)

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